quarta-feira, 25 de março de 2009

Lanja, minha Anja

Sol sem protetor.
Tempestade sem guarda-chuva.
Bolo sem café.
Texto sem pontuação.
Sapo sem pular.
Nem toda a legião de família e amigos dá conta.

Mas de repente existe LANJA.
E a Lanja dá!
Lanja minha Anja!

Como são construídas as relações afetivas e de GRANDE dependência.
Chegou à minha casa há dois anos, vinda do interior de Minas (nada de novo) e com uma prima completamente falante. Veio candidatar a vaga de minha assistente.
No principio da entrevista achei que a candidata era a prima, só ela respondia e tagarelava. Mas chegando pro fim da tal conversa a prima diz:
-Ok! A Elizangela vai ficar.
Susto total e uma pontada de decepção. Mais uma vez a escolha da assistente vai ser um fiasco.
Já tinha colocado até o São Benedito em cima da geladeira de costas para o mundo. Com muita certeza ouvi isto de mais de 2 pessoas: porque não acreditar e testar?

Então a segunda feira chega e com ela toda minha angustia: minha filha querida saindo para escola, eu tentando manter meu coração pelo menos um pouco tranqüilo e Elizangela chegando.
Isto aconteceu até aquela data pelo menos umas 9 vezes.
Tinha motivo para este pequeno momento de terror.

Interfone gritando, meu café bem mais forte que o normal e:
- Quem é?
- Elizangela ( quase inaudível)
- Abriu?
- Sim
Quase uma eternidade o tempo do “Sim” para a chegada até a porta.
Dentro de mim o DESISTA insistia.
- Bom dia, vamos entrar. Seja bem vinda. Aqui é seu quarto. Aqui é uma casa super tranqüila. Bla bla bla .
Este discurso estava quase decorado.
Elizangela me olhava e eu sem querer nem um contato, pois eu tinha certeza que ela só ficaria o tempo de por ordem em casa ( que imaginei ser muito, não pela bagunça, mas pela vagareza da moça) e depois sem maiores envolvimentos a frase surgiria.
– Não deu certo, enfim, espero que você seja feliz.
Acerto de contas e vamos partir para outra.

Imaginem agora: Lanja, Minha ANJA!
Sem ela, minha vida hoje é um caos. Tenho por ela um carinho super especial.
Sempre com seu jeitinho tranqüilo, seu andar calmo e sua voz bem baixa.
Sempre assertiva e com boas respostas para vida.
Sou privilegiada de partilhar com ela momentos de minha vida.
Admiro muito esta Anja.

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